
Quem viveu nos subúrbios das cidades grandes nos anos 70 ( ou mesmo nas cidades menores no interior), lembra muito bem do barracão de zinco, no meio daqueles parques de diversão : dentro, uns bancos super desconfortáveis, um calor do inferno,e um microfone ensurdecedor de um mestre de cerimonia ( com voz de locutoro de gafieira, como dizia meu pai ) as horas vagas.....e tudo isto como cenário para o mais esperado espetáculo do parque d e diversÕes : MONGA , A MULHER QUE VIRA MACACO !
Normalmente, o babado acontecia no "tarde da noite"....era a apoteose das atraçoes para o suburbio nas sextas e sabados a noite : criancas na roda gigante, no bote ( movido a empurrão humano ) , as barracas de cachorro-quente "cheirou-peidou, lambeu-cagou, comeu-morreu ( as bandejas, em um rechaud primitivo, eram envolvidas em celofane vermelho ou amarelo ) , e no centro da diversão mambembe , a casa dela....
Monga era sempre uma mulher de biquine...supostamente bonita , mas sempre boazuda....a pouca luz, e a aglomeração dos rapazolas que iam mesmo era pra ver as abundancias celulíticas...escondiam de certa forma o jogo de espelhos....em um "tease" , um suspense premeditado.....
e a trasnformação começava....o microfone abafado fazia com que os marmanjos se levantassem, e na hora H...MONGA esbravejava, a luz apagava....e pernas pra que te quero ....nao se sabia o caminho da rua ....mas a esperança em forma de ordem a macaca , ajudava : "CALMA MONGA, O PÚBLICO É AMIGO" !