segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

...Enquanto as crianças esperavam o tal Papai Noel...

Lembro muito bem do que significava o natal em minha vida da primeira infancia : eram os anos 70, e a mídia , não explorava tanto o tal "bom velhinho"....o homem em vermelho e branco, aparecia mesmo era em tons de cinza ....a TV em cores era um privilégio de poucos, e além de comercial , e a lenda , que hoje verdadeiramente é o dono do natal, surgia senil e cinzento , sem tantas reverencias...


Claro que o universo da Lapônia, era confundido com o Polo Norte , um universo branco gelado, tão distante do que se vivia nas paragens do Recife, minha cidade. Não havia de minha parte fascinio pela chegada do trenó encantado, o que me fascinava na verdade era a possibilidade de que a meia-noite, NEVASSE.....tudo que eu queria do acontecimento chamado Natal , era a neve, pontualmente acontecendo as 12 badaladas do dia 24 para o dia 25 de dezembro....e eu questionava a engenharia das chaminés, como tambem buscava no céu a estrela de Belém condutora dos 3 reis magos do Oriente, primeiros visitantes de Jesus menino ....

Não vinha a neve, e nao exisitia a estrela na sua dimensão espetacular,mas eu não me frustrava ou me decepcionava : era o momento de pensar que dormir, acordar no dia seguinte, fosse o suficiente para ter perdido "a nevasca" e de repente, o brilho estelar que conduziu os estudiosos a a sagrada familia para sua visitinha regada a ouro , incenso e mirra....e uma semana depois, o dia de ano novo, o que para muitos nordestinos, configura o verdadeiro momento de alegria e festa , com clima de festa e abertura do carnaval.....e mesmo se houvesse neve, como aquela que eu esperava, que enfeitava tantos cartões de boas festas, isto talvez já não fosse importante....


Ainda bem que o tempo foi passando, e deixando para tras de uma certa forma, essa coisa de associar o natal aos rigores do inverno no hemisferio norte, tambem simbolizada em chumaços de algodão sobre os galhinhos de plástico dos pinheiros de natal de 50 cm comprados nas lojas americanas por tantas e tantas familias de 2 ou tres gerações atras.....mesmo com o algodão , o natal parecia mais belo, mais autentico e mais real, tudo muito melhor do que a neve em pó MADE IN CHINA dos sprays de 1,99 à venda nas esquinas da 25 de março....um territorio beeeeem melhor do que o palco do XOU DA XUXA para o tal Noel baixar , cansando a todos !

Um comentário:

  1. João Ricardo,

    Parabéns pelo blog e pela crônica de estréia, um resgate muito bom de suas memórias tão caras e tão suas.

    Que o NATAL possa ser um estado de espírito, sempre ! E que as crianças que um dia fomos possam fazer do NATAL uma festa permanente.

    Um abraço, direto da penúltima terça-feira pernambucana de 2009.

    Daslan Melo Lima

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